Sobre o livro A Psicologia Financeira de Morgan Housel — Iago Frota
Terminei a leitura do livro Psicologia Financeira de Morgan Housel ontem (28). Acredito que eu estava precisando ler algo assim. Algo concreto e mais técnico do por que as vezes agimos ou pensamos sobre o dinheiro. Fiz a leitura do livro pelo meu Kindle.
Neste artigo quero compartilhar algumas visões e insights que eu peguei na leitura deste livro.
“Arriscando a própria pele”
Nessa citação, eu lembrei do livro Arriscando a Própria Pele quando Taleb fala sobre você arriscar a sua pele para sentir de fato a “verdade”. O fato de eu saber definir e até explicar, não quer dizer que necessariamente que saiba aplicar ou, no contexto do livro, ter inteligência emocional para não vender um papel de ação que está caindo ou sair comprando ações ou seguir dicas de um influencer “milionário” do Instagram só por que da forma que ele explica faz sentido. Como quase tudo na vida, devemos saber o que estamos fazendo se baseando em pessoas autônomas e sem conflito de interesse.
Todo mundo tem diferente histórias com o dinheiro e cada um teve ou tem influências pessoais para agir de uma forma. Um exemplo bem interessante do autor foi comparar pessoas que nasceram em uma época que o mercado dos Estados Unidos estava muito linear, não subia e nem descia. E citou um exemplo de quando o mercado americano (índice S&P 500) teve uma ascedência muito grande. Provavelmente, a primeira pode crescer e acreditar que investir em ações, já a outra pessoa pode acreditar que sim, investir em ações é melhor opção. Note que a experiência dessas podem moldá-las a tomar decisões erradas em tempo certos. Interessante, não?!
Princípio KISS (“Keep It Simple, Stupid!”)
Na área do desenvolvimento de software, existe um conceito bem interessante e que a gente só entende a verdadeira mensagem depois de quebrar muito a cara
Falo por experiência própria, as vezes constumo complicar coisas que são simples pelos simples fato de não “colocar a mão na massa” ou por ouvir conselhos de quem não arrisca a própria pele. Manter as coisas simples dever ser um dos nossos maiorers objetivos de vida! Morgon Housel exemplificou muito isso no livro. As vezes pensamos em estratégias de investimentos, economizar ali e aqui, apostar ali e etc. Muito provavelmente iremos complicar e que é para ser simples ou não seremos razoáveis com nossas ações, com isso, de alguma forma, teremos um custo maior e ou mais estresse. Então, mantenha as coisas simples, seu estúpido! 😄 E seja razoável! 😉
Ainda sobre manter a simplicidade (e por que não, minimalismo), ele fala sobre o conceitos de suficiente. Às vezes não sabemos definir com clareza o que é necessidade e o que é EGO. Ele cita exemplo do CEO da MCKinsey e do fundador da corretora Bernadrd L. Madoff Investiment Securities preso devido a operação de esquema Ponzi. Resumindo, pessoas ricas, com grande patrimonio e em altas posicoes socias foram presas por nao conseguirem controlar o seu EGO e nem definir um limite para o suficiente.
Sobre suficiência
O capítulo 3 do livro me deixou bem pensativo e quase que eu o marcava por inteiro. São pensamos simples que nos fazem pensar muito sobre.
Ao lidar com o dinheiro, a coisa mais difícil a fazer é parar de reajustar as metas para cima o tempo todo. Sabe quando você recebe uma promoção financeira importante devido seu mérito no seu trabalho? E ganhando mais você também a gastar mais? Pois é, isso acontece bem mais do que pensamos. Às vezes racionalizamos o errado e dizendo para nós mesmos:
- “Hoje eu mereço comer naquele restaurante” — sendo que praticamente todo o mês ele já estamos racionalizando que merecia ir lá
- “Estou mercendo um relógio melhor” — geralmente irá comprar um modelo ligeramente mais avançado, porém o anterior já servia muito bem
- Entre outros
Se toda vez que crescermos o nosso faturamento, for uma racionalização para aumentar ainda mais as nossas despesas, o nosso sentimento de suficiente nunca será preenchido e com isso será muito mais complicado (ou impossível) conseguir dar um done nas nossas metas que realmente nós precisamos.
Comparação social é a questão. Esse ponto me lembra a famigerada frase “a grama do vizinho é sempre mais verde”. Comparar-se com os outros não deve ser necesssariamente o seu parâmetro de sucesso, por que, como o autor fala, a comparação social é quase impossível ser alcançada. Eu posso comparar minha casa com a do vizinho e ela ganhar. Porém, será se a minha casa é melhor do que a do Jeff Bezos? E se o Jeff Bezos comparar a sua casa com a Elon Musk? Você entendeu? Não existe um limite. Não existe uma suficiência nessa comparação. Tente definir o que é sufuciente, necessário e seja razoável.
“Suficiente” não é pouco. O que é sufciente? Se eu trabalhar demais, muito provável terei uma crise de burnout. Se eu trabalhar de menos, provávelmente seria demitido. Então, o que seria o suficiente? O autor escreve algo bem interessante sobre a comida. Por mais que você goste muito de uma certa comida, você acha razoável não comer até vomitar, certo? Porém não conseguimos pegar a mesma lógica e aplicar nos nossos investimentos ou nas nossas finanças.
Há muitos coisas que não valem a pena arriscar nunca, independentemente do ganho em potencial. Aqui o autor cita novamente o exemplo de Rajat Gupt que foi preso por participar de operação com esquema Ponzi e fala de uma filosofia pessoal de coisas que são inestimáveis
- Reputação
- Liberdade e indepêndencia
- Família e amigos
- Ser amado por aqueles que você deseja
- Felicidade
Não tenho como não concordar. Isso é algo que realmente acredito e que faz total sentido hoje para mim. Como o autor bem sugeriu
Conclusão
O livro é formado por 19 ensaios e cada um explora diferentes aspectos da relação dinheiro e psicologia. O autor consegue misturar muito bem pesquisas econômicas, história financeira e filosofia pessoal para mostrar o seu argumento (bem interessante, inclusive). Gostei muito da leitura do livro, pois mostrou como nossas percepções e comportamentos influência diretamente a nossa relação com o dinheiro em todas as áreas da nossa vida.
Fiz um mapa mental do que consegui capturar do livro. Espero que seja útil
Originally published at https://iagofrota.com.br on March 1, 2024.